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Anaxímenes
(de Mileto)
O terceiro filósofo da "escola milesiana" foi Anaxímenes de Mileto, que viveu entre 585 aC e 525 aC e fez importantes contribuições à filosofia da natureza e à astronomia. Assim como se dá com os demais milesianos, praticamente nada sabemos a respeito de sua vida.
Pensamento
Para ele, o princípio fundamental da Natureza era o ar, e a própria alma era constituída de ar. A rarefação ou condensação dessa substância primordial produzia as transformações do mundo e até mesmo o calor e o frio eram determinados por esses fenômenos (frio = condensação; calor = "afrouxamento" do ar). Na astronomia, concebeu um sistema geocêntrico para a posição relativa dos corpos celestes.
Contribuições à Astronomia
Anaxímenes de Mileto (-585/-525) achava que a Terra, o Sol, a Lua e os demais corpos celestes eram planos e flutuavam no ar. Além disso, todos os corpos celestes haviam se originado da Terra e se moviam em torno dela (sistema geocêntrico).
Fragmentos, edições e traduções
Os fragmentos de Anaxímenes e as passagens doxográficas foram reunidas por Mulach (1923) e Diels-Kranz (61951), notadamente; mais prática é a antologia crítica de Kirk, Raven e Schofield (11957, 41994), que existe em tradução portuguesa.
Os fragmentos e a doxografia foram traduzidos para o português por Eudoro de Souza e por Gerd Bornheim, na década de '60. Nessa mesma época, os fragmentos foram também traduzidos por José Cavalcante de Souza e os trechos doxográficos, por Wilson Regis.
Fonte: Wikipédia
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) concordava com Anaximandro de Mileto quanto ao a-peiron, e com as características desse princípio apontadas por Anaximandro. Mas postulou que esse a-peiron fosse o Ar.
Foi discípulo e continuador da escola Jônica e escreveu sua obra: “Sobre a natureza”, também em prosa. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a luz da Lua é proveniente do Sol.
Enquanto Tales sustentava a ideia de que a água é o bloco fundamental de toda a matéria, Anaxímenes dizia que tudo provém do Ar e retorna ao Ar. Era inquieto.
Adágio de Anaxímenes: "Exatamente como a nossa alma, o ar mantém-nos juntos, de forma que o sopro e o ar abraçam o mundo inteiro…"
A Cosmologia de Anaxímenes
Simplício em seu livro Física nos conta: “Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, companheiro de Anaximandro, afirma também que uma só é a natureza subjacente, e diz, como aquele, que é ilimitada, não porém indefinida, como aquele (diz), mas definida, dizendo que ela é Ar. Diferencia-se nas substâncias, por rarefação e condensação. Rarefazendo-se, torna-se fogo; condensando-se, vento, depois, nuvem, e ainda mais, água, depois terra, depois pedras, e as demais coisas provêm destas. Também ele faz eterno o movimento pelo qual se dá a transformação.”
A Terra, acreditava Anaxímenes, foi formada primeiro, e dela, ergueram-se as estrelas, dando a impressão de que estas são rarefações do fogo. A Terra era plana e boiava no Ar. O Sol também era “plano e largo como uma folha” e caminhava através do Ar.
De acordo com uma passagem isolada escrita pelo teólogo sírio Aécio, Anaxímenes pensava que as estrelas eram fixas como “pregos no cristalino”. Ele também alegadamente acreditava que as estrelas não produziam calor por causa de sua grande distância em relação à Terra, o que era uma visão mais acurada do que a de Anaximandro, que considerava as estrelas mais próximas da Terra do que o Sol.
A presunção feita por Anaxímenes de que o Ar estava eternamente em movimento, traz ao pensamento a noção de que o Ar possuía vida – uma crença razoável no contexto primitivo que sempre associou vida com sopro. Há evidências de que Anaxímenes fez analogias entre o Ar-divino que sustenta o Universo e o ar-humano, ou alma, que dá vida aos homens. Sobre isto, Aécio escreve: “Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém”.
Tal comparação, entre o macrocosmo e o microcosmo, permitiu a Anaxímenes desenvolver o argumento sobre a existência de uma única entidade – o Ar – a sustentar a diversidade de todas as coisas.
Anaxímenes e a Física Moderna
Anaxímenes diz que as coisas sólidas são ar condensado e que as mais rarefeitas são ar mais rarefeito (assim como a água para Tales, o ar deveria ser meramente uma metáfora do Ar, para Anaxímenes). E dá como exemplo o ar que sai da boca: se assopramos com os lábios mais apertados (fazendo beiço) o ar sai frio, e se "assopramos" com a boca aberta, sai quente.
"A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas" é uma forma de se dizer que todas as coisas são diferentes "formas" de Ar original. Isso é muito semelhante à teoria das supercordas, que diz que os quarks (partículas que formam todas as outras, inclusive elétrons, prótons e nêutrons) são como que vibrações de energia: as diferentes partículas seriam mais ou menos como frequências diferentes da vibração da energia (mais ou menos como as notas musicais são vibrações diferentes de um fio; a quarta corda do violão, se tocada enquanto se aperta na primeira casa, faz um dó, na segunda casa, um ré, e assim sucessivamente, porque quanto mais próxima a casa estiver do corpo do violão, maior vai ser a frequência da vibração da corda).
Se a teoria das supercordas estiver certa, Anaxímenes também estava. Pois, se chamarmos o Ar de energia, e sabendo que "quente" e "frio" são estados produzidos pela vibração dos elétrons (quanto mais os elétrons vibram, mais quente a coisa que eles compõem está), ele descreveu a teoria há muito tempo, utilizando expressões e imagens diferentes, como em uma analogia. (Para um estudo e análise mais detalhada sobre Anaxímenes cf. SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros mestres da filosofia e da ciência grega. Porto Alegre: Edipucrs, 2ªed., 2003). Nao podemos confudir Anaximenes com Anaxagoras,são dois filosofos diferentes,com nomes parecidos.
Fonte: Wikipédia
Anaxímenes
Filósofo grego pré-socrático
585 a. C., Mileto (na atual Turquia)
524 a. C., Mileto (na atual Turquia)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Terceiro e último representante da Escola de Mileto, Anaxímenes nasceu nessa mesma cidade, provavelmente em 585 a. C., e aí teria morrido em 524 a.C. Não existe certeza absoluta quanto às datas. Foi amigo e discípulo de Anaximandro. Diógenes Laércio - historiador e biógrafo de antigos filósofos gregos - diz que ele escreveu um livro, "Sobre a natureza", em dialeto jônico, num estilo simples e conciso.
Mileto foi uma importante cidade da Ásia Menor, no sul da Jônia, fragilizada pelos conflitos de ordem política. Conquistada pelos lídios, acabou sendo parcialmente destruída pelos persas. Mileto teria conhecido uma nova fase de progresso durante o período imperial de Roma. Depois, no final do século 10, teria sido destruída por um terremoto.
Para Anaxímenes, o elemento primordial é o ar, do qual as coisas resultam e ao qual retornam por um duplo movimento de condensação e rarefação. Identificado com a alma, o ar anima não só o corpo do homem, mas o mundo todo.
As notícias que temos da cosmologia de Anaxímenes são escassas e, em geral, manifestam opiniões bastante ingênuas. Para ele, por exemplo, a Terra, o Sol, a Lua e os demais astros cavalgam sobre o ar e são planos. Os astros não se movem debaixo da Terra, mas ao redor dela, "como gira um chapéu ao redor da nossa cabeça".
Infelizmente, o que se sabe desse e de outros filósofos pré-socráticos é muito incompleto, pois suas obras se perderam, delas restando, em alguns casos, fragmentos ou citações.
FONTE: Enciclopédia Mirador Internacional