Entre os principais filósofos estavam Tales de Mileto, Anaxímenes, Anaximandro e Heráclito. Estes pensadores enxergavam o universo de forma estática e buscavam as explicações através de um único elemento fundamental chamado arché.
Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso
A Escola Jônica foi uma escola localizada na cidade de Mileto, na Jônia, nos séculos VI e V a.C. Embora a Jônia tenha sido o centro da filosofia ocidental, os filósofos que ela produziu, incluindo Tales, Anaximandro, Anaximenes, Heráclito, Anaxágoras, Arquelau e Diógenes de Apolônia,[ 1 ] tinham pontos de vista tão divergentes que não se pode dizer que tenham pertencido, stricto sensu, a uma escola filosófica específica. Aristóteles os chamou de physiologoi, significando "aqueles que discursavam sobre a natureza", porém jamais os classificou numa "escola jônica". A classificação foi feita pela primeira vez por Sócion, historiador da filosofia do século II. Por vezes são designados como cosmologistas, já que quase todos eram fisicalistas que tentavam explicar a natureza da matéria.
Enquanto alguns dos filósofos classificados nesta escola também são incluídos na escola milésia de filosofia, outros têm uma classificação mais problemática.
A maior parte dos cosmologistas acredita que embora a matéria possa mudar de uma forma para outra, toda a matéria tem algo em comum, inalterável. Não concordavam no que seria isto, partilhado por todas as coisas, e nem faziam experimentos para descobrir, mas utilizavam-se da racionalização abstrata, no lugar da religião ou da mitologia, para se explicar, tornando-se assim os primeiros filósofos da tradição ocidental.
Filósofos posteriores ampliaram seus estudos, incluindo outras áreas do pensamento. A escola eleática, por exemplo, também estudava a epistemologia; os jônicos, no entanto, foram o primeiro grupo de filósofos a se ter notícia, e daí vem sua importância histórica.
[1] - American International Encyclopedia, J.J. Little Co., Nova York, 1954, vol. VII
FONTE: Wikipédia
Escola Jônica - II
A Jônia, no século VII a.C., é o local onde nasceram as primeiras tentativas, plenamente racionais, de descrição e explicação da natureza do mundo. Talvez por se encontrar num local central, em que as comunicações com diversos povos e suas respetivas culturas são privilégio e privilegiadas.
Foi em Mileto, na Jônia, que esta escola se desenvolveu. Os filósofos desta escola procuravam investigar os primeiros princípios, partindo da observação da natureza. O que lhes interessava era essencialmente o problema cosmológico, aparecendo aí o homem apenas como um ser entre os outros que constituem a natureza. O homem só aparece como objeto da filosofia, de fato, com Sócrates e, de algum modo com a sofística, mesmo se se considerar[ 2 ] [se considerarmos] que nos fragmentos de Heraclito já está presente o homem, algumas vezes mesmo como centro da problemática.
O que caracteriza a Escola Jónica, dentro da temática, já referida, da cosmologia e da cosmogonia é a sua conceção a um tempo unitária e pluralista do universo, visto que admite uma substância única como substância original de onde o cosmos, na sua diversidade, descende; mas defende a pluralidade dos elementos e dos seres como consequência desse momento primeiro. Por outro lado afirma ainda um hilozoísmo, quer dizer, uma união e indistinção entre matéria e espírito ou, dito de outro modo, a matéria animada por um espírito formando uma unidade indestrinçável.
Tales de Mileto é o fundador e inspirador da escola Jônica. Seguiu-se, em relação de aparente discipulado, Anaximandro, depois Anaxímines, de seguida Anaxágoras, Arquelau e, finalmente, Heráclito, este último aparecendo separado deste movimento, que embora conhecendo bem as doutrinas da escola, foi mais longe do que os seus antecessores.
Tales, Anaximandro e Heráclito são os filósofos mais originais e criadores deste movimento. O primeiro propunha que a água era a origem do universo, a matéria-prima enquanto substância primordial fecundada pelo espírito, o arquê, que a animava. O segundo propunha esse início num princípio infinito e imaterial a que chamou apeiron. Finalmente, o terceiro afirmava que esse mesmo princípio era como um fogo, um ser primordial, criador e destrutor, que subjaz ao devir (a vida, a transformação e a morte) que caracteriza a natureza.
[2] - Português de Portugal
REFERÊNCIA:
Escola Jônica in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-09-12 13:29:33]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/escola-jonica