FILOSOFIA MEDIEVAL


A Filosofia Medieval é toda filosofia desenvolvida na Europa durante a Idade Média (período compreendido entre a queda do Império Romano no século V até a Renascença no século XVI). É um período bastante influenciado pelo pensamento socrático e platônico (conhecido aqui como neoplatonismo, vindo da filosofia de Plotino). Ocupou-se em discutir e problematizar Questões Universais. É nesse período que o pensamento cristão firma-se como "Filosofia Cristã", que mais tarde se torna Teologia. Principais pensadores: São Tomás de Aquino e Santo Agostinho
Outros filósofos importantes na Filosofia Medieval foram o beato João Duns Escoto e Guilherme de Ockham, Bernardo de Claraval e Pedro Abelardo entre outros.

  

Filosofia Medieval

Na Idade Média, ocorreu um intenso sincretismo entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas. De fato, uma das principais preocupações dos filósofos medievais foi a de fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas do cristianismo e do islamismo, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma.

  

Principais períodos

Patrística (I–VII)

É um período que se caracteriza pelo resultado dos esforços dos apóstolos (João e Paulo) e dos primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião com o pensamento filosófico mais corrente da época entre os gregos e os romanos. Atribuindo também, ideias como a criação do mundo, pecado original, encarnação e morte de Deus e juízo final. Não obstante, tomou como tarefa a defesa da fé cristã, frente as diversas críticas advindas de valores teóricos e morais dos “antigos”.
Os nomes mais salientes desse período são os de Justino Mártir, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio de Cesareia, Gregório de Níssa. Eles representam a primeira tentativa de harmonizar determinados princípios da Filosofia grega (particularmente do Epicurismo, do Estoicismo e do pensamento de Platão) com a doutrina cristã. (...). Eles não só estavam envolvidos com a tradição cultural helênica como também conviviam com filósofos estoicos, epicuristas, peripatéticos (sofistas), pitagóricos e neoplatônicos. E não só conviviam, como também foram educados nesse ambiente multiforme da Filosofia grega ainda antes de suas conversões"

  

Escolástica (IX-XVI)

A Filosofia Escolástica ou simplesmente Escolástica, é uma das vertentes da filosofia medieval. Surgiu na Europa no século IX e permaneceu até o início do Renascimento, no século XVI. O maior representante da Escolástica foi o teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino conhecido como "Príncipe da Escolástica". Além de ser uma corrente filosófica, a Escolástica pode ser considerada um método de pensamento crítico que influenciou as áreas do conhecimento das Universidades Medievais. Nesse método de aprendizagem diversas disciplinas estavam inseridas no currículo, as quais estavam divididas em:
    • Trivium: gramática, retórica e dialética.
    • Quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música.

  

Filosofia Medieval (VIII–XIV)

Período bastante influenciado pelo pensamento socrático e platônico (conhecido aqui como neoplatonismo, vindo da filosofia de Plotino). Ocupou-se em discutir e problematizar Questões Universais. É nesse período que o pensamento cristão firma-se como "Filosofia Cristã", que mais tarde se torna Teologia. Principais pensadores: São Tomás de Aquino e Santo Agostinho.

  

Renascença (XIV–XVI)

É marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na Idade Média e novas obras de Aristóteles, ainda temos a recuperação de trabalhos de grandes autores e artistas gregos e romanos. São quatro as linhas de pensamento: Neoplatonismo e Hermetismo; Pensamentos florentinos e por fim o Antropocentrismo iniciático (homem dono do seu destino).
Foi um período marcado por uma efervescência teórica prática, alimentada principalmente por descobertas marítimas e crises político-culturais que culminaram em profundas críticas à Igreja Católica, que logo evoluíram para Reforma Protestante (a Igreja Católica responde com a Contra-Reforma e com a Inquisição).

FONTE: Wikipédia


FILOSOFIA MEDIEVAL

A filosofia medieval é toda filosofia desenvolvida na Europa durante a Idade Média (período compreendido entre a queda do Império Romano no século V até a Renascença no século XVI).
A filosofia medieval é considerada um processo de recuperação da antiga cultura filosófica desenvolvida na Grécia e em Roma durante o período clássico. Esse processo, somado à necessidade de abordar os problemas teológicos da época, deu origem às primeiras vertentes da filosofia medieval.
Considerando que a Idade Média foi marcada pela forte influência da Igreja Católica, os temas enfrentados pelos filósofos medievais tinham relação com a fé e a razão, a existência e a influência de Deus e os propósitos da teologia e da metafísica.
Tendo em vista o caráter predominantemente teológico da filosofia medieval, os pensadores eram, muitas vezes, membros da igreja e raramente se consideravam filósofos, uma vez que o termo ainda estava muito relacionado a filósofos pagãos como Aristóteles e Platão. Contudo, o raciocínio teológico da época utilizava muitos métodos e técnicas dos filósofos antigos para refletir sobre a doutrina cristã. Assim, é seguro afirmar que a filosofia medieval buscou adequar duas áreas distantes: a razão científica e a fé cristã.

  

Escolas da filosofia medieval

A filosofia medieval abordava essencialmente os problemas relacionados com a crença e a influência de Deus para a realidade. Além do desenvolvimento natural de áreas como a lógica e ética, as principais correntes filosóficas da época foram a teologia, metafísica e filosofia da mente.

Teologia

A teologia medieval abordava problemáticas relacionadas aos atributos de Deus (onipotência, onipresença e onisciência), buscando compatibilizá-los com a ideia de um ser de bondade infinita e existência além do tempo. Além disso, a teologia buscava explicar como Deus permitia a existência do mal na Terra.
Outros tópicos explorados pela teologia medieval eram o livre-arbítrio, a imortalidade e questões relacionadas a entidades imateriais.

Metafísica

A metafísica medieval consistia na tentativa de explicar a realidade a partir dos preceitos religiosos da igreja. Para tanto, os filósofos medievais (sobretudo São Tomás de Aquino) faziam diversas considerações à metafísica de Aristóteles, incluindo temas como:
    • Hilemorfismo: tese filosófica que afirma que todo ser físico é composto por matéria e forma.
    • Causalidade: o estudo da relação entre eventos ou processos, nos quais uns são responsáveis pela existência dos outros (consequências).
    • Individuação: processo de distinção entre entidades do mesmo grupo. Na época, esta temática era muito utilizada para categorizar anjos, diferenciando-os em espécies e buscando explicar do que eram feitos.

Filosofia da mente

A filosofia da mente explora temas relacionados à consciência e outros fenômenos psicológicos. Assim, durante o medievo, o principal objeto desta corrente filosófica era a influência de Deus na mente humana.
Nesse contexto se destacou a Teoria da Iluminação Divina desenvolvida por Santo Agostinho, que previa que a mente humana necessita da assistência de Deus para perceber a realidade. A premissa era que, assim como a incidência da luz é necessária para se enxergar um objeto, a luz divina era o que possibilitava a percepção do mundo.

  

Principais filósofos medievais

Na Idade Média, poucos pensadores se consideravam filósofos e eram, na maioria, membros da igreja. Entre os pensadores mais influentes da época estão:

Santo Agostinho

Por toda sua carreira literária, Agostinho explorou a Teoria da Iluminação Divina. Para ele, a mente necessitava ser iluminada de fora, e todas as suas obras faziam afirmações categóricas sobre a necessidade da participação de Deus na vida humana.

São Tomás de Aquino

Foi o responsável por conjugar a filosofia aristotélica com os ideais do cristianismo, dando origem ao chamado
“Tomismo”. As ideias de Tomás de Aquino foram tão influentes para o pensamento ocidental que grande parte da filosofia moderna tomou suas obras como ponto de partida.

João Duns Escoto

Considerado um dos principais teólogos da época, Escoto (ou Scotus) desenvolveu a Teoria da Univocidade do Ser, que afastava a distinção entre essência e existência proposta anteriormente por Tomás de Aquino. Para Escoto, é impossível que se conceba qualquer coisa sem que isso implique na sua existência.
João Duns Escoto foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1993.

Guilherme de Ockham

Guilherme de Ockham foi um teólogo e frade franciscano considerado o precursor do nominalismo.
Ockham, entre outras ideias, negava a existência de objetos abstratos e dos chamados universais, conceito oriundo da metafísica que define tudo o que está presente em diversos lugares e momentos distintos, como cores, sensações térmicas, etc.

  

Contexto histórico

A queda do Império Romano marcou o início da Idade Média ou “Período Medieval”, no qual a Igreja Católica atuou como uma das instituições mais poderosas e influentes para os pensamentos e cultura da época.
Neste período, os ideais da Igreja eram tão difundidos que qualquer indivíduo que questionasse seus pensamentos era considerado herege e seria torturado ou morto pela Inquisição.
Além disso, a Igreja Católica construiu grande parte do seu patrimônio através da “venda” de bençãos e perdões divinos, além da simonia, que consistia na venda de artefatos supostamente sagrados.
Foi nesse contexto histórico de total controle da Igreja Católica que a filosofia medieval se desenvolveu, sempre dentro dos ensinamentos religiosos da instituição.

FONTE: https://www.significados.com.br/filosofia-medieval/


  

Por Juliana Bezerra

Professora de História

A filosofia medieval foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Média (séculos V-XV). Trata-se de um período de expansão e consolidação do Cristianismo na Europa Ocidental.
A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica.
Isto pode parecer paradoxal em nossa época, mas naquele tempo era perfeitamente compreensível.
Características: Resumo
As principais características da filosofia medieval são:
    • Inspiração na filosofia clássica (Greco-romana);
    • União da fé cristã e da razão;
    • Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo;
    • Busca da verdade divina.
Muitos filósofos dessa época também faziam parte do clero ou eram religiosos. Nesse momento, os grandes pontos de reflexão para os estudiosos eram: a existência de Deus, a fé e a razão, a imortalidade da alma humana, a salvação, o pecado, a encarnação divina, o livre-arbítrio, dentre outras questões.
Sendo assim, as reflexões desenvolvidas no medievo, ainda que pudessem contemplar os estudos científicos, não podiam se contrapor à verdade divina relatada pela Bíblia.

  

Períodos da Filosofia Medieval e Principais Filósofos

O objeto de estudo da filosofia medieval começou antes deste período cronológico da história. Afinal, após a morte de Jesus Cristo, os primeiros cristãos tiveram que conciliar a filosofia grega com os ensinamentos cristãos.
Uma vez que a Idade Média foi um longo período da história ocidental, dividimos a Filosofia Medieval em quatro fases:
    • Filosofia dos Padres Apostólicos;
    • Filosofia dos Padres Apologistas;
    • Patrística;
    • Escolástica.
A filosofia patrística e escolástica, que correspondem aos dois últimos períodos, foram os mais importantes da filosofia medieval.
Filosofia dos Padres Apostólicos
Nos séculos I e II, a filosofia desenvolvida esteve relacionada com o início do Cristianismo e, portanto, os filósofos desse período estavam preocupados em explicar os ensinamentos de Jesus Cristo num meio pagão.
Recebe esse nome uma vez que esse cristianismo primitivo esteve baseado nos escritos de diversos apóstolos.
O maior representante desse período foi Paulo de Tarso, o Apóstolo Paulo, que escreveu muitas epístolas incluídas no Novo Testamento.
Filosofia dos Padres Apologistas
Nos séculos III e IV a filosofia medieval passa para uma nova fase relacionada com a apologia. Esta era uma figura da retórica que consistia na defesa de algum ideal, nesse caso, a fé cristã.
Os "Padres Apologistas" utilizaram as mesmas figuras de linguagem e argumentos para dialogar os com helenistas.
Assim, defendia o cristianismo como uma filosofia natural que seria superior ao pensamento greco-romano.
Dessa maneira eles aproximaram o pensamento greco-romano aos conceitos cristãos que estavam se disseminando pelo Império Romano.
Nesse período destacam-se os apologistas cristãos: Justino Mártir, Orígenes de Alexandria e Tertuliano.
A filosofia patrística foi desenvolvida a partir do século IV e permaneceu até o século VIII. Recebe esse nome porque os textos desenvolvidos no período foram escritos pelos chamados "Padres da Igreja" (Pater, "pai", em latim).
A patrística se preocupava em adaptar os ensinamentos da filosofia grega aos princípios cristãos. Baseava-se nas obras de Platão e identificava a Palavra de Deus com o mundo das ideias platônicas. Partiam do princípio de que o homem seria capaz de entender a Deus através da sua revelação.
Esta é uma fase inicial de desenvolvimento da filosofia medieval, quando o Cristianismo está concentrado no Oriente e vai se expandindo pela Europa. Por isso, a maioria dos filósofos eram também teólogos e o tema principal era a relação da razão e da fé.
Os Padres da Igreja precisavam explicar conceitos como imortalidade da alma, existência de um só Deus, e dogmas como a Santíssima Trindade, a partir da filosofia grega.
Dentre os Padres da Igreja destacam-se santo Irineu de Lyon, santo Inácio de Antioquia, são João Crisóstomo, Santo Ambrósio de Milão, entre muitos outros.
O filósofo mais destacado do período, porém, foi Santo Agostinho de Hipona.
Filosofia Escolástica
Baseada na filosofia de Aristóteles, a Escolástica foi um movimento filosófico medieval que se desenvolveu durante os séculos IX e XVI.
Ela surge com o intuito de refletir sobre a existência de Deus, da alma humana, da imortalidade. Em suma, desejam justificar a fé a partir da razão.
Por isso, os escolásticos defendiam que era possível conhecer a Deus através do empirismo, da lógica e da razão.
Igualmente, a Escolástica pretende defender a doutrina cristã das heresias que apareciam e que ameaçavam romper com a unidade da cristandade.
Grandes filósofos da escolástica foram são Bernardo de Claraval, Pedro Abelardo, Guilherme de Ockham, o beato João Duns Escoto, entre outros.
Nesse período, o filósofo mais importante foi São Tomás de Aquino e sua obra "Summa
Teológica", onde estabelece os cinco princípios para provar a existência de Deus.
A Escolástica permaneceu em vigor até a época do Renascimento, quando começa a Idade Moderna.

FONTE: https://www.todamateria.com.br/filosofia-medieval/ - acesso em 18/04/2019 - 22:50