Arquitas de Tarento
Filósofo pré-socrático - acredita-se ter sido discípulo de Filolau de Crotona.
Arquitas de Tarento foi um filósofo, cientista, estratega, estadista, matemático e astrônomo grego, considerado o mais ilustre dos matemáticos pitagóricos.
Acredita-se ter sido discípulo de Filolau de Crotona e foi amigo de Platão. Fundou a mecânica matemática e influenciou Euclides.
Nascimento: 428 a.C., Taranto, Itália
Morte: 347 a.C. (81 anos)
ID-0039
Biografia
Arquitas nasceu na cidade grega de Tarento em torno de 428 a.C., e morreu em 347 a.C., aos 81 anos. Foi professor do renomado matemático Eudoxo de Cnido.
Na cidade de Tarento, ele foi um político renomado, tendo sido eleito sete vezes como general da cidade, apesar de a reeleição não ser legalmente permitida naquela cidade, o que demonstra o quanto ele era prestigiado. Segundo Aristóxeno, Arquitas nunca perdeu uma batalha.
Embora Aristóteles o tenha considerado um pensador independente, Arquitas é frequentemente associado ao pitagorismo, doutrina criada por Pitágoras, e apontado como discípulo de Filolau de Crotona, um dos principais filósofos pitagóricos.
Arquitas era um amigo próximo de Platão. Quando Platão foi capturado pelo tirano Dionísio II de Siracusa, Arquitas enviou um navio para resgatá-lo. No entanto, apesar da estreita amizade, havia fortes divergências filosóficas entre eles.
Obras
Arquitas escreveu Ciência Matemática, Harmonia e um livro sobre mecânica. Contudo, apenas alguns fragmentos da obra sobre Matemática e Música sobreviveram.
Apesar de muitas obras serem atribuídas a Arquitas, a maioria é considerada inautêntica. Na antiguidade, era comum obras serem atribuídas a filósofos de renomes com intuito de vendê-las por um preço mais alto. Muitos textos inautênticos foram atribuídos aos pitagóricos de modo geral.
A filosofia de Arquitas estava baseada na doutrina dos pitagóricos. Como todo pitagórico, ele acreditava que a matemática era fundamental para a compreensão de todas as coisas. Dizia ele:
"Excelentes conhecimentos parece-me terem adquirido os matemáticos, não sendo estranho que pensem corretamente sobre as propriedades das coisas particulares. Pois tendo adquirido belos conhecimentos sobre a natureza do todo, naturalmente podiam atingir uma bela visão também das coisas particulares."
Divisão das ciências
Em um de seus fragmentos, Arquitas identificou quatro ciências:
- Aritmética;
- Astronomia;
- Geometria;
- Música;
Tais disciplinas tornaram-se, na Idade Média, a estrutura do quadrivium, artes que integravam o método de ensino nas universidades medievais.
Aritmética e sua predominância
Para ele, a ciência mais importante, por sua superioridade, é a Aritmética. Diz ele:
"E a Aritmética tem predominância sobre as outras ciências como também sobre a Geometria, por poder demonstrar mais claramente o que quer. Pois a geometria prova, onde as outras ciências permanecem em dificuldade. E quando a Geometria falha, a Aritmética apresenta demonstrações, como também a exposição das formas, se é que existe uma ciência das formas."
Ação humana e a matemática
A matemática serviria para explicar a ação moral, bem como as relações políticas. Diz ele:
"Uma vez encontrado o cálculo (logismos), esta cessa a discórdia e aumenta a concórdia. Já não há lugar para a competição, pois a igualdade reina. Pois, através de cálculos, buscaremos a reconciliação em nossas relações com os outros. Por meio disso, os pobres recebem dos poderosos e os ricos dão aos necessitados, ambos na confiança de que terão o que é justo."
Referências
BORNHEIM, Gerd A. (Org.) Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998.
Huffman, Carl, “Archytas”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2020 Edition), Edward N. Zalta (ed.),
URL = https://plato.stanford.edu/archives/win2020/entries/archytas/
FONTE:
VIEIRA, Sadoque. Arquitas de Tarento. Filosofia do Início, 2021. Disponível em:
https://filosofiadoinicio.com/arquitas-de-tarento/
Acesso em 17/08/2023