Martin Buber
Filósofo e escritor judeu
Descendente de rabinos poloneses, além de filósofo e escritor, Martin Buber foi teólogo e líder político. Seu avô, Salomon Buber, foi líder do judaísmo liberal (ou modernizado) e autor de uma história dos judeus da Polônia.
Martin Buber ingressou no movimento sionista em 1898, sendo nomeado diretor do jornal sionista Welt (Mundo) em 1899.
Estudioso do hassidismo (corrente mística, nascida em meados do século 18 na Polônia e na Ucrânia, inspirada na Cabala), professor de filosofia da religião e ética judaica na Universidade de Frankfurt entre 1924 e 1933, Buber migrou para a Palestina em 1938, fugindo da perseguição nazista. Lá, dedicou-se ao ensino na Universidade Hebraica, atuando nas áreas de filosofia social e de sociologia da religião.
Nascimento: 8 de fevereiro de 1878, Viena, na Áustria
Falecimento: 13 de junho de 1965, Jerusalém, em Israel
ID-0056
Existencialismo religioso
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Além do hassidismo, Buber foi influenciado pelo neokantismo, mas tornou-se famoso principalmente por seu existencialismo religioso. Suas principais obras filosóficas incluem Eu e Tu, seu livro mais famoso, de 1923, Moisés (1946), Entre homem e homem (1947) e O eclipse de Deus (1952).
O ponto fundamental do pensamento de Buber é a sua concepção das duas relações primárias: Eu-Tu e Eu-Isto. A relação Eu-Tu se caracteriza pela abertura, a reciprocidade, e um profundo senso de envolvimento pessoal. Nesse sentido, o Eu se relaciona com o seu Tu não como algo a ser estudado ou manipulado, mas como presença única que responde ao Eu na sua individualidade.
No que se refere à relação Eu-Isto, ela se caracteriza pela tendência para tratar alguma coisa como um objeto impessoal, governado pelas forças causais, sociais ou econômicas. Para Buber, em toda teoria não existencial do conhecimento está implícito o dualismo; para superá-lo, a relação teria que ser Eu-Tu e não Eu-Isto. Ou seja, o Eu não deve tratar o mundo como um objeto a ser manipulado.
Buber descreve Deus como o Tu último, o Tu que não se pode jamais tornar um Isto. Assim, Deus é alcançado não por inferência (ou indução), mas pela boa vontade de responder à realidade concreta da presença divina.
Enciclopédia Mirador Internacional; Dicionário de Filosofia de Cambridge
FONTE: https://educacao.uol.com.br/biografias/martin-buber.htm
Acesso em 09/09/2022
Biografia
Martin Mordechai Buber foi um filósofo, escritor e pedagogo, austríaco e naturalizado isralense, tendo nascido no seio de uma família judaica ortodoxa de tendência sionista. Buber era poliglota, em casa aprendeu ídiche e alemão; na escola judaica, estudou hebraico, francês e polonês/polaco. Sua formação universitária deu-se em Viena.
Nascido em uma família de judeus observantes, uma crise pessoal leva-o a romper com os costumes religiosos judaicos, para prosseguir os estudos seculares de filosofia. Começa a ler Immanuel Kant, Søren Kierkegaard e Friedrich Nietzsche, inspirando-se especialmente nos dois últimos. Em 1896, Buber vai estudar em Viena, dedicando-se a filosofia, história da arte, estudos germânicos e filologia.
Em 1898, ingressa no movimento sionista, participando de congressos e das atividades de organização do movimento. Em 1899, quando estudava em Zurique, Buber conhece sua futura esposa, Paula Winkler, uma escritora de Munich, sionista e não judia. Mais tarde, ela iria converter-se ao judaísmo.
Em 1902, torna-se editor do semanário Die Welt, órgão central do movimento sionista. Mais tarde, porém, abandonaria as atividades de organização do movimento.
Em 1923, escreve seu famoso ensaio sobre a existência, Ich und Du (Eu e Tu). Em 1925, inicia a tradução da Bíblia Hebraica para o idioma alemão. Em 1930, torna-se Honorarprofessor (professor honorário) de Ética e Religião da Universidade de Frankfurt , demitindo-se logo depois da ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933. Em 1935, é excluído da Reichsschrifttumskammer ("Câmara de Cultura do Reich"). Em seguida, Buber cria o Gabinete Central para a Educação de Adultos Judeus, que se tornou muito importante quando o governo alemão proibiu os judeus de frequentarem o ensino público.
Em 1938, Buber finalmente deixa a Alemanha e se estabelece em Jerusalém (à época, Palestina mandatária), ingressando na Universidade Hebraica - onde lecionaria antropologia e sociologia até 1951. Nesse período torna-se muito próximo de alguns intelectuais sionistas, como o filósofo Felix Weltsch, o escritor Max Brod e políticos como Chaim Weizmann e Hugo Bergman, pessoas que Buber conhecera ainda na Europa, nas cidade de Praga, Berlim e Viena. Essa amizade permaneceria até a década de 1960. Martin Buber morreu em 13 de junho de 1965, em Jerusalém.
Filosofia
Em suas publicações filosóficas, deu ênfase à sua ideia de que não há existência sem comunicação e diálogo, e que os objetos não existem sem que haja uma interação com eles. As palavras-princípio, Eu-Tu (relação), Eu-Isso (experiência), demonstram as duas dimensões da filosofia do diálogo que, segundo Buber, dizem respeito à própria existência.
Intersubjetividade
O homem nasce com a capacidade de interrelacionamento com seu semelhante, ou seja, a intersubjetividade. Intersubjetividade é a relação entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objeto. O relacionamento, segundo o filósofo Martin Buber, acontece entre o Eu e o Tu, e denomina-se relacionamento Eu-Tu. A interrelação segundo Martin Buber, envolve o diálogo, o encontro e a responsabilidade, entre dois sujeitos e/ou a relação que existe entre o sujeito e o objeto. Intersubjetividade é umas das áreas que envolve a vida do homem e, por isso, precisa ser refletida e analisada pela filosofia, em especial pela Antropologia Filosófica.
FONTE: Wikipédia
Acesso em 09/09/2022