François Quesnay
François Quesnay foi um importante economista francês do século XVIII. É considerado um dos principais representantes da Escola Fisiocrata (Fisiocracia). Atuou também como médico-cirurgião, escritor enciclopedista e filósofo.
Teve uma infância pobre, pois era filho de um lavrador francês, pai de vários filhos.
Em 1711, começou uma carreira profissional como gravador. Porém, tinha um maior interesse pela Medicina e, pouco tempo depois, foi estudar para ser cirurgião. Se formou cirurgião em 1717.
Nascimento: 4 de Junho de 1694, Méré, França
Falecimento: 16 de dezembro de 1774, Paris, França
François Quesnay foi a principal figura entre os Fisiocratas, geralmente considerados a primeira escola de pensamento econômico. O nome "Fisiocrata" vem das palavras gregas phýsis, que significa "natureza", e kràtos, que significa "poder". Os Fisiocratas acreditavam que o poder de uma economia vinha de seu setor agrícola.
Eles queriam que o governo de Luís XV, que governou a França de 1715 a 1774, desregulamentasse e reduzisse impostos sobre a agricultura francesa, de modo que a França, país pobre, pudesse imitar a Inglaterra, mais rica, que tinha uma política relativamente laisse-faire. De fato, foi o próprio Quesnay quem cunhou a expressão "laissez-faire, laissez-passer" ("deixe fazer, deixe passar")[ 1 ].
Quesnay não publicou seus escritos antes dos sessenta anos. Seus primeiros trabalhos apareceram somente como artigos de enciclopédia em 1756 e 1757.
Em seu Tableau économique, ele descreveu em detalhes seu famoso diagrama em zigue-zague, um diagrama de fluxo circular da economia que mostrava quem produzia o quê e quem gastava o quê, em uma tentativa de entender e explicar as causas do crescimento econômico. O Tableau definia três classes: os proprietários rurais, os fazendeiros, e outras — consideradas classes "estéreis" — que consumiam tudo que produziam e não deixavam excedente para o próximo período.
Quesnay acreditava que somente o setor agrícola poderia produzir um excedente que pudesse então ser usado para produzir mais no ano seguinte — e com isso auxiliar o crescimento. A indústria e a manufatura, segundo ele, eram estéreis. O interessante, no entanto, é que ele não chegou a essa conclusão consultando sua tabela. Na verdade, Quesnay construiu-a de modo a confirmar sua crença. E de fato, ele teve que torná-la incoerente para que se adequasse à premissa de que a indústria não produzia excedente.
Embora Quesnay estivesse errado sobre a esterilidade do setor manufatureiro, ele estava certo em atribuir a pobreza da França ao mercantilismo, que ele chamava de Colbertismo (por causa do ministro das finanças de Luís XV, Jean-Baptiste Colbert). O governo francês havia protegido manufatureiros franceses da competição estrangeira, aumentando assim o custo das máquinas para os fazendeiros, além de haver vendido a cidadãos ricos o poder de cobrar tributos dos fazendeiros. Esses cidadãos, então, abusavam esse poder.
Quesnay defendia a reforma de tais leis, consolidando e reduzindo impostos, livrando-se de portagens e outras regulamentações que impediam o comércio com a França, e de maneira geral livrando a economia do controle sufocante do governo. Essas reformas eram muito mais razoáveis do que suas teorias sobre a esterilidade da indústria. Como escreveu Mark Blaug, "Foi apenas o esforço de oferecer essas reformas com um argumento teórico claro que produziu alguns dos raciocínios forçados e conclusões levemente absurdas que eram expostas ao ridículo até mesmo pelos contemporâneos.[ 2 ]
Além disso, a obra de Quesnay abriu o caminho para a economia clássica — em particular Adam Smith, que se agarrou às noções fisiocratas de livre comércio e da preeminência do setor agrícola.
Que Quesnay tenha tido influência tão fundamental sobre a economia é ainda mais surpreendente quando se considera que ele serviu Luís XV em Versalhes não como economista, mas como médico.
[1] Na página de onde esta biografia foi copiada, existe o seguinte comentário de Paulo Bretas · UFMG: Não é de Quesnay a expressão "laissez faire, laissez passé" mas sim de Vincet Gournet.
[2] BLAUG, Mark. Great Economists before Keynes. Atlantic Highlands, N.J.: Humanities Press International, 1986, p. 196.
Local original do artigo: http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fordemlivre.org%2Fposts%2Fbiografia-francois-quesnay&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0gmbxgp_Nri0TptceIS4Vk
Infelizmente o Link acima está inativo.
Capturado no ano de 2010.