Nicolaus Copernicus
Filósofo é aquele que pensa críticamente e sempre tenta enxergar as coisas como elas realmente são. Por isso estou colocando Nicolau Copérnico junto de todos os outros Filósofos.
Copérnico: o Filósofo do Céu (1473-1543)
Copérnico, morto em 1543, foi sem o desejar um dos grandes revolucionários da história da ciência. A teoria heliocêntrica que defendeu fez por influenciar uma mudança radical e completa não só na concepção do cosmo que se tinha até então, como na própria maneira de ver o homem.
O Sol é o centro de tudo
"O que é na verdade mais belo que o céu, que, certamente, contém todos os atributos da beleza? Isto é proclamado pelos seus verdadeiros nomes, caelum e mundus, este último com significando clareza e ornamento, como a escultura antiga."
"O que é na verdade mais belo que o céu, que, certamente, contém todos os atributos da beleza? Isto é proclamado pelos seus verdadeiros nomes, caelum e mundus, este último com significando clareza e ornamento, como a escultura antiga."
ID-0069
Copérnico - As revoluções das órbitas celestes, 1543
Durante longos 36 anos, o cônego Nicolau Copérnico manteve-se irredutível. Não queria de modo nenhum publicar seu tratado sobre uma nova teoria cósmica. Se bem que algo já vazara, chegando até os ouvidos de um Lutero indignado, o número dos que tomaram conhecimento do real significado das suas teses reduzia-se a uma dúzia e olhe lá. O cientista, ao dedicar-se minuciosamente ao Almagesto do astrônomo Ptolomeu , e a outros especuladores celestiais, gregos e árabes, concluíra que não era a Terra o centro do universo. Era o Sol!
Preso à sua torre de observação em Frauenburg, hoje Turon, um lugarejo nas margens do Báltico, na antiga Prússia oriental, com um triquetrum e um baculus, instrumentos primitivos que mandara fazer, todos sem lentes, aquele sacerdote tímido, cinzento, de vida insípida, solitária e avarenta, convertido em filósofo do céu, fez desmoronar uma arquitetura astronômica que durava há uns 17 séculos.
Nicolau Copérnico (Toruń, 19 de Fevereiro de 1473 — Frauenburgo, 24 de Maio de 1543) foi um astrônomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico.
Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o centro), é tida como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna.
A origem da teoria heliocêntrica
Na teoria de Copérnico, a Terra move-se em torno do Sol. Mas, seus dados foram corrigidos pelas observações de Tycho Brahe. Com base nelas e em seus próprios cálculos, Johannes Kepler reformou radicalmente o modelo copernicano e chegou a uma descrição realista do sistema solar. Esse fenômeno já havia sido estudado e defendido pelo bispo de Lisieux, Nicole d'Oresme, no século XIV. O movimento da Terra era negado pelos partidários de Aristóteles e Ptolomeu. Eles acreditavam que, caso a Terra se movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos em queda livre seriam deixados para trás. Galileu combateu essa ideia, afirmando que, se uma pedra fosse abandonada do alto do mastro de um navio, um observador a bordo sempre a veria cair em linha reta, na vertical. E, baseado nisso, nunca poderia dizer se a embarcação estava em movimento ou não.
Caso o barco se movesse, porém, um observador situado na margem veria a pedra descrever uma curva descendente – porque, enquanto cai, ela acompanha o deslocamento horizontal do navio. Tanto um observador quanto o outro constataria que a pedra chega ao convés exatamente no mesmo lugar: O pé do mastro. Pois ela não é deixada para trás quando o barco se desloca. Da mesma forma, se fosse abandonada do alto de uma torre, a pedra cairia sempre ao pé da mesma – quer a Terra se mova ou não.
O cardeal S. Roberto Francisco Belarmino presidiu o tribunal que proibiu a teoria copernicana. Culto e moderado, ele conseguiu poupar Galileu. Estimulado pelo novo papa Urbano VIII, seu grande admirador, o cientista voltou à carga. Mas o Papa sentiu-se ridicularizado num livro de Galileu. E isso motivou sua condenação.
O percurso das balas de canhão e a queda dos corpos também foram estudadas por Galileu. Ele demonstrou que a curva descrita pelos projéteis é um arco de parábola e que os corpos caem em movimento uniformemente acelerado. Segundo as biografias romanceadas do cientista, ele teria realizado um experimento que desmoralizou definitivamente a física aristotélica. Subindo ao alto da torre de Pisa, deixou cair, no mesmo instante, dois corpos esféricos de volumes e massas diferentes: uma bala de mosquete e outra de canhão. Contra as expectativas dos acadêmicos aristotélicos, que apostavam na vitória da bala de canhão e na derrota do cientista, os corpos chegaram rigorosamente juntos ao chão.
O historiador da ciência Alexandre Koyré demonstrou que, assim como muitos outros mitos que enfeitam os relatos sobre a vida de Galileu, a famosa experiência de Pisa jamais ocorreu. Ela foi, na verdade, uma experiência idealizada, que o cientista realizou no recesso da sua consciência, e não um ruidoso espetáculo público. Sabia-se, desde o final da Idade Média, que a velocidade dos corpos aumentava à medida que eles caíam. E também se conhecia a lei matemática que descreve os movimentos uniformemente acelerados. O mérito de Galileu foi juntar as duas coisas e mostrar que, descartada a resistência do ar, todos os objetos caem com a mesma aceleração.
O modelo heliocêntrico
Os filósofos do século XV aceitavam o geocentrismo como fora estruturado por Aristóteles e Ptolomeu. Esse sistema cosmológico afirmava (corretamente) que a Terra era esférica, mas também afirmava (erradamente) que a Terra estaria parada no centro do Universo enquanto os corpos celestes orbitavam em círculos concêntricos ao seu redor.
Essa visão geocêntrica tradicional foi abalada por Copérnico em 1537, quando este começou a divulgar um modelo cosmológico em que os corpos celestes giravam ao redor do Sol, e não da Terra. Essa era uma teoria de tal forma revolucionária que Copérnico escreveu no seu De revolutionibus orbium coelestium (do latim: "Das revolucões das esferas celestes"): "quando dediquei algum tempo à ideia, o meu receio de ser desprezado pela sua novidade e o aparente contra-senso quase me fez largar a obra feita".
Naquele tempo a Igreja Católica aceitava essencialmente o geocentrismo aristotélico, (embora a esfericidade da Terra estivesse em aparente contradição com interpretações literais de algumas passagens bíblicas).
Ao contrário do que se poderia imaginar, durante a vida de Copérnico não se encontram críticas sistemáticas ao modelo heliocêntrico por parte do clero católico. De fato, membros importantes da cúpula da Igreja ficaram positivamente impressionados pela nova proposta e insistiram para que essas ideias fossem mais desenvolvidas. Contudo a defesa, quase um século depois, por Galileu Galilei, da teoria heliocêntrica vai deparar-se com grandes resistências no seio da mesma Igreja Católica.
Como Copérnico tinha por base apenas suas observações dos astros a olho nu e não tinha possibilidade de demonstração da sua hipótese, muitos homens de ciência acolheram com cepticismo as suas ideias. Apesar disso, o trabalho de Copérnico marcou o início de duas grandes mudanças de perspectiva.
A primeira, diz respeito à escala de grandeza do Universo: avanços subseqüentes na astronomia demonstraram que o universo era muito mais vasto do que supunham quer a cosmologia aristotélica quer o próprio modelo copernicano; a segunda diz respeito à queda dos graves. A explicação aristotélica dizia que a Terra era o centro do universo e portanto, o lugar natural de todas as coisas. Na teoria heliocêntrica,contudo, a Terra perdia esse estatuto, o que exigiu uma revisão das leis que governavam a queda dos corpos, e mais tarde, conduziu Isaac Newton a formular a lei da gravitação universal.
Cronologia
Ao contrário do que se poderia imaginar, durante a vida de Copérnico não se encontram críticas sistemáticas ao modelo heliocêntrico por parte do clero católico. De fato, membros importantes da cúpula da Igreja ficaram positivamente impressionados pela nova proposta e insistiram para que essas ideias fossem mais desenvolvidas. Contudo a defesa, quase um século depois, por Galileu Galilei, da teoria heliocêntrica vai deparar-se com grandes resistências no seio da mesma Igreja Católica.
Como Copérnico tinha por base apenas suas observações dos astros a olho nu e não tinha possibilidade de demonstração da sua hipótese, muitos homens de ciência acolheram com cepticismo as suas ideias. Apesar disso, o trabalho de Copérnico marcou o início de duas grandes mudanças de perspectiva.
A primeira, diz respeito à escala de grandeza do Universo: avanços subseqüentes na astronomia demonstraram que o universo era muito mais vasto do que supunham quer a cosmologia aristotélica quer o próprio modelo copernicano; a segunda diz respeito à queda dos graves. A explicação aristotélica dizia que a Terra era o centro do universo e portanto, o lugar natural de todas as coisas. Na teoria heliocêntrica,contudo, a Terra perdia esse estatuto, o que exigiu uma revisão das leis que governavam a queda dos corpos, e mais tarde, conduziu Isaac Newton a formular a lei da gravitação universal.
Cronologia
1473 – 19 de Fevereiro – nasce Nicolau Copérnico, em Thorn, Prússia Real.
1483 – Morre o pai de Copérnico que vai ser criado pelo tio materno Lucas Watzenrode.
1489 – Lucas Watzenrode, tio de Copernico é eleito Bispo de Warmia.
1491 – Copérnico vai para a Universidade de Cracóvia.
1497 – Copérnico vai para a Itália, estudar Direito Canónico na Universidade de Bolonha.
1497 – 9 de Março – Copérnico registra sua primeira observação: um eclipse da estrela Aldebarã.
1499 – Copérnico viaja para Roma.
1503 – Copérnico recebe seu diploma em Direito Canônico, em Ferrara.
1503 – Copérnico retorna para a Prússia Real.
1504 – É eleito Cônego em Frauenburgo.
1512 – Morre o tio de Copérnico, bispo Lucas Watzenrode que o educou.
1517 – 31 de Outubro – Martinho Lutero publica as 95 teses de sua Reforma.
1534 – Alessandro Farnese é eleito papa sob o nome de Paulo III.
1539 – Rheticus torna-se discípulo de Copérnico, em Frauenburgo.
1542 – O Papa Paulo III restabelece a Inquisição.
1543 – Rheticus, em nome de Copérnico, publica a obra "De Revolutionibus Orbium Coelestium" em Nuremberga.
1543 – Em 24 de Maio morre Copérnico, em Frauenburgo no mesmo dia da publicação de sua obra "Da revolução de esferas celestes".
1545 – O Papa Paulo III convoca o Concílio de Trento.
2010 – Os restos mortais de Copérnico são enterrados novamente na catedral de Frombork (antiga Frauenburgo), 467 anos após sua morte.