John Locke

Filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, é considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social.
Estudou medicina, ciências naturais e filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Em 1683 John Locke fugiu para Holanda. Voltou à Inglaterra quando Guilherme de Orange subiu ao trono, em 1688. Faleceu em 28 de outubro de 1704. Locke nunca casou ou teve filhos.

Nascimento: 29 de agosto de 1632, Wrington, Somerset, na Inglaterra

Falecimento: 28 de Outubro de 1704, Harlow, na Inglaterra


Locke (1632-1704) nasceu em Wrington, Inglaterra. Wrington fica perto de Bristol, de onde era a família de Locke. Eles eram burgueses, comerciantes. Com a revolução Inglesa de 1648, o pai de Locke alistou-se no exército. Locke estudou inicialmente na Westmuster School. Em 1652 foi para a Universidade de Oxford. Não gostou da filosofia ali ensinada. Manifestou, mais tarde, opiniões contrárias à filosofia de Aristóteles. Julgou o peripatetismo obscuro e cheio de pesquisas sem utilidade. Além de filosofia, estudou medicina e ciências naturais.

Recebeu o título de Master of Arts em 1658. Nesse período, leu os autores que o influenciaram: John Owen (1616-1683) que pregava a tolerância religiosa, Descartes (1596-1650) que havia libertado a filosofia da escolástica e Bacon (1561- 1626), de quem aproveitou o método de correção da mente, e a investigação experimental.

Interessou-se pelas experiências químicas do também físico Robert Boyle (1627-1691), que inovaram introduzindo o conceito de átomo e elementos químicos. Foi um avanço em relação à alquimia que dominou durante a Idade Média e a concepção de Aristóteles dos quatro elementos. Locke atuou nos campos de medicina, filosofia, política, teologia e anatomia. Não gostava de matemática. Redigiu em Latim, Ensaios sobre a lei da natureza. Já nessa época apresentava gosto pela regra experimental, de onde deriva sua filosofia empirista.

Em 1666, John Locke tornou-se médico de um futuro conde, Ashley Cooper. Participou, como assessor do futuro conde de Shaffesbury, da elaboração da constituição da colônia inglesa de Carolina, na América do Norte. Fazia parte do grupo de intelectuais da época. Foi nesse período que começou a redigir sua principal obra: Ensaio Sobre o entendimento humano, que só seria publicado em 1690. Em 1668 se tornou membro da Royal Society de Londres. em 1672 se tornou secretário do agora sim, conde Shaffesbury. Então passou a ter uma vida política ativa e efetiva.

Cooper opunha-se ao rei Carlos II, que tentava fortalecer o absolutismo. Em 1675, aconteceu a queda do conde. John Locke, que participara de uma séria de acontecimentos políticos, foi obrigado a abandonar essa vida. Viajou então para a França, onde se relacionou com os intelectuais cartesianos. Em 1679, voltou a Inglaterra, onde ficou ao lado do ex-conde, que estivera preso. Como o Cooper não era bem quisto pela corte, Locke passou a ser vigiado.

Os dois mudaram-se então para a Holanda, onde estava mais avançada a liberdade de opiniões. John Locke participou dos preparativos para a expedição de Guilherme de Orange, rei da Holanda. Viaja com ele para Londres. Na Holanda ainda era perseguido. Usa nome falso e colabora com numerosos artigos em um periódico. Em 1691, transferiu-se para um castelo em Essex, hóspede de Francis Masham e sua mulher, Damaris. O ensaio sobre o entendimento humano havia sido editado em 1690. Morreu em Essex em 1704.

Locke desenvolveu, a partir da obra de Bacon, uma teoria voltada para melhorar o uso do intelecto. Para isso, precisou analisar os meios que o intelecto tem para conhecer, como chegou ao ponto em que entende o mundo, e o interpreta. John Locke enfatizou o lado gnosiológico da origem das ideias e representações. A ideia para Locke, é “tudo que o espírito percebe em si mesmo, e que é objeto imediato de percepção e pensamento”. Portanto, essa noção de ideia foi feita e corresponde com a ideia cartesiana.

Não tem a ver com a ideia platônica, que aliás John Locke rebateu por ser contrário ao inatismo. A ideia em John Locke deve ser compreendida como o conteúdo da consciência, o material do conhecimento. Ele foi contra o inatismo presente em Platão e Descartes, e defendeu a teoria de que o conhecimento deriva da prática. Compara a mente a uma tabula rasa, uma folha de papel em branco. O intelecto humano não pode formular ideias do nada, nem o espírito traz em si memórias e conceitos presentes a priori. Para Locke, todos os dados da mente derivam da experiência. A experiência é a fonte e o limite do intelecto.

Locke formulou suas críticas ao inatismo, argumentando contra os pensadores platônicos da escola de Cambridge, entre os quais Ralph Cudworth, que sustentava que a ideia da existência de Deus provinha de uma noção inata. Para Cudworth, a teoria empirista que Locke adota, segundo a qual não há nada na mente que não tenha estado antes nos sentidos, deve ser combatida, por ser ateísta.

O livro I do Ensaio é dedicado à crítica do inatismo. Locke julga o inatismo uma doutrina de preconceito que leva ao dogmatismo individual. Mostra que há outros modos de se chegar ao consenso universal, que na verdade não existe. Ele dá exemplos de coisas que crianças e deficientes não possuem, como o princípio da identidade, não contradição e fundamentos éticos. Até mesmo a concepção não é inata, pois apresenta diversidade e varia a crença de cada povo. Em alguns, até não existe essa crença.

Locke afirma ser absurdo existir certos princípios inatos, mas não se estar consciente disso. Se há algo na alma, há a consciência desse algo. Também é assim com os princípios morais. Locke fala que em certos lugares coisas são repreensíveis, e em outros as mesmas coisas são motivo de mérito. Locke também destitui de validade o argumento ontológico para a existência de Deus, da autoria de Santo Anselmo.

Para o argumento de que o intelecto pode criar ideias, John Locke responde que ele pode apenas combinar as ideias percebidas pelos sentidos. Mas não pode criá-las, nem tampouco destruí-las. Concluindo, Locke aponta a experiência como a única fonte possível de ideias. A alma trabalha o material percebido depois. Locke aponta duas fontes para o conhecimento empírico: ele é derivado da experiência sensível ou da reflexão. As ideias estão no intelecto, e no mundo objetivo existe algo que tem o poder de fazer o intelecto entendê-las como tal. Um corpo tem qualidades primárias, como a extensão, a solidez, a figura. E secundárias como a cor o odor e o sabor.

As secundárias são variações das primárias, são subjetivas, parecem como são para os sentidos. As ideias simples forçam uma passividade por parte do sujeito, que pode operar sob diversos modos sob os dados dos sentidos e sob a reflexão, formando assim as ideias complexas. As ideias se conservam depois de percebidas. A memória é necessária para a ação intelectual, pois faz representações. A atividade do intelecto produz ideias complexas, dividas em três grupos principais:

  • a) de modo: estado e constituições de coisas e processos, não existem por si mesmas, mas dependem da sensação. Os modos simples tem componentes homogêneos (por exemplo um número) os modos mistos tem componentes heterogêneos (por exemplo muitas sensações que dão ideia de beleza). Exemplos de ideias de modo: a gratidão e o homicídio.
  • b) de substância. Nascem do hábito de ver ideias simples juntas, que são tomadas como uma complexa. Não nos tornamos conscientes sem saber por que nem como isso acontece. Nesse grupo estão a representação de coisas como o homem e de coletividade, o universo. Deus também pertence ao grupo de ideias complexas de substâncias.
  • c) relações- nascem da comparação e confronto entre as ideias que o intelecto percebe. Por exemplo, o conceito de pai, filho, sogro, diferença e semelhança. O infinito, para Locke, é um modo simples. Não podemos realmente conceber o infinito. O infinito é a repetição de número, duração e espaço. O infinito, portanto, não é anterior, a causa última do finito.

Na filosofia anterior a Locke, havia a teoria de que a substância constitui a essência das coisas. Essa noção estava em Descartes. Locke observa que a essência não pode ser a substância. Ou melhor, a substância não é conhecida pelos sentidos na sua essência. A identidade, o eu, está fora da substância.

A abstração, para Locke, é a ressaltação de certas qualidades das ideias, portanto reduz e parcializa as ideias complexas.

No quarto livro do Ensaio, Locke trata do conhecimento. As ideias são o material do conhecimento, que nasce da percepção delas, e faz conexões, concordâncias, contrastes e discordâncias entre as ideias. A correspondência entre duas ideias é importante para o conhecimento. São de quatro tipos:

  • a) identidade e diversidade . Uma ideia se diferencia da outra.
  • b) relação. A ciência nasce da relação entre ideias diferentes.
  • c) coexistência ou não de um mesmo objeto. Pertence às substâncias.
  • d) existência real. Independente do eu individual que a percebe.

A percepção da realidade pode ser feita de dois modos:

  • a) por intuição- é claro e certo, não necessita de prova. Vem da evidência imediata.
  • b) por demonstração- o espírito percebe as diferenças e semelhanças das ideias, mas não de imediato. Procede e se desenvolve por concatenações, associação das intuições. A existência de Deus pode ser demonstrada racionalmente. John Locke usa a prova cosmológica para isso. Sabemos, de forma intuitiva, que algo existe desde a eternidade, pois se não existisse, o início teria de vir de alguma outra coisa. Para John Locke, a certeza que Deus existe é mais absoluta que as impressões dos sentidos. Nesse ponto, ele concorda com Descartes.

John Locke reconhece duas classes de ciências: as reais (naturais e metafísicas) e as ideias (matemática e ética). A matemática deve trabalhar com modelo próprio. A ética também se refere ao conteúdo que provém da mente humana. Assim, não há liberdade total e Estado juntos. Todo o delito deve ser castigado.

John Locke atuou também politicamente. Ele foi contrário aos teóricos do absolutismo, como Hobbes. Disse que não há poder inato, nem direito político divino. Para ele, uma boa ação concorda com uma norma. Existem três tipos de normas morais: a divina, a política , e a da opinião pública. O bem é o prazer, ou aquilo que o provoca, e o mal é a dor, ou aquilo que a provoca.

Todos os homens nascem e são iguais por natureza. Usam a razão, um bem comum, para construir a sociedade, e dela partilhar os resultados. O Estado vem do direito natural, como o direito à vida, à liberdade, à propriedade. O Estado deve promulgar o bem estar geral. O governo não pode ser tirânico, nem patriarcal.

O Estado não deve ser baseado na fé, nem na religião. Um governante, um príncipe, é necessário para assegurar a validade do pacto social, mas o direito dele vem do povo, não da religião. E ele é submisso às leis. Não pode tudo, como outros teóricos afirmaram. (Maquiavel, por exemplo) Se falhar, o povo tem direito à revolução.

John Locke foi o fundador do liberalismo constitucional, que concebe o Estado submetido à um contrato. O direito natural da propriedade, fruto do trabalho é o fundamento do valor econômico vital do trabalho. John Locke influenciou o liberalismo de Adam Smith (1723- 1790) e Ricardo (1772-1883). Ele também dividiu, na teoria, os poderes em dois: Legislativo e Executivo. Esses poderes são necessários para garantir a validade da lei e a ausência de tirania.

Até a época em que atuou, John Locke foi o filósofo moderno que mais tinha bem definida suas opiniões políticas e filosóficas. Bacon fizera sugestões. Hobbes estava desacreditado, e Spinoza era extremista. John Locke fez a ponte entre Descartes e o que viria a ser o Iluminismo. Influenciou Berkeley e Hume que partiram de sua filosofia empírica, mas não radicalmente empírica, pois admite a existência do sobrenatural. Era racionalista, mas acreditava na revelação divina. Achava que a existência de Deus podia ser provada racionalmente. Leibniz escreveu uma resposta ao Ensaio, em que defende uma volta ao inatismo.


 
John Locke (29 de agosto de 1632 — 28 de Outubro de 1704)

Filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, é considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social.

Estudou medicina, ciências naturais e filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Em 1683 John Locke fugiu para Holanda. Voltou à Inglaterra quando Guilherme de Orange subiu ao trono, em 1688. Faleceu em 28 de outubro de 1704. Locke nunca casou ou teve filhos.

Locke é considerado o protagonista do empirismo, isto é, a teoria denominada de Tabula rasa (do latim, "folha em branco"). Esta teoria afirma que todas as pessoas nascem sem saber absolutamente nada e que aprendem pela experiência, pela tentativa e erro. Esta é considerada a fundação do "behaviorismo".

A filosofia política de Locke fundamenta-se na noção de governo consentido dos governados diante da autoridade constituída e o respeito ao direito natural do ser humano, de vida, liberdade e propriedade. Influencia, portanto, as modernas revoluções liberais: Revolução Inglesa, Revolução Americana e na fase inicial da Revolução Francesa, oferecendo-lhes uma justificação da revolução e a forma de um novo governo. Para fins didáticos, Locke costuma ser classificado entre os "Empiristas Britânicos", ao lado de David Hume e George Berkeley, principalmente pela obra relativa à questões epistemológicas. Em ciência política, costuma ser classificado na escola do direito natural ou jusnaturalismo.

Para Bernard Cottret, biógrafo de João Calvino, a braços com a história trágica da brutal repressão aos protestantes em França no século XVI, e a própria intolerância e zelo religioso radical de João Calvino em Genebra, o nome de John Locke está intimamente associado à tolerância.

Uma tolerância que os franceses aprendem a valorizar apenas na década de 80 do século XVII, quase às portas do Iluminismo. Como Voltaire afirmou, a tolerância é para os franceses um artigo de importação. Bernard Cottret afirma: "a tolerância é o produto de um espaço geográfico específico, nomeadamente o noroeste da Europa. Ou seja: a Inglaterra e a Holanda. E ela é no final em especial a obra de um homem - John Locke - a quem o século XVII dedica um culto permanente".

Dentre os escritos políticos, a obra mais influente foi o tratado em duas partes, Dois Tratados sobre o Governo (1689). A primeira descreve a condição corrente do governo civil; a segunda parte descreve a justificação para o governo e os ideais necessários à viabilização. Segundo Locke todos são iguais e que a cada deverá ser permitido agir livremente desde que não prejudique nenhum outro. Com este fundamento deu continuidade à justificação clássica da propriedade privada ao declarar que o mundo natural é a propriedade comum de todos, mas que qualquer indivíduo pode apropriar-se de uma parte dele ao misturar o trabalho com os recursos naturais.

Este tratado também introduziu o "proviso de Locke", no qual afirmava que o direito de tomar bens da área pública é limitado pela consideração de que "ainda havia suficientes, e tão bons; e mais dos ainda não fornecidos podem servir", por outras palavras, que o indivíduo não pode simplesmente tomar aquilo que pretende, também tem de tomar em consideração o bem comum.

Em Ensaio acerca do Entendimento Humano (1690), Locke propõe que a experiência é a fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por esforço da razão. Outra obra filosófica notável é Pensamentos sobre a Educação, publicado em 1693. As fontes principais do pensamento de Locke são: o nominalismo escolástico, cujo centro era a Oxford; o empirismo inglês da época; o racionalismo defendido por René Descartes e a filosofia de Malebranche.

Locke é considerado "o último grande filósofo que procura justificar a escravidão absoluta e perpétua". Ao mesmo tempo que dizia que todos os homens são iguais, Locke defendia a escravidão (sem distinguir que fosse apenas a negra), pois, aparentemente, ele só considerava como humanos os homens livres. Locke sustenta a escravidão pelo contrato de servidão em proveito do vencido na guerra que poderia ser morto, mas assume o ônus de servir em troca de viver.

Locke não defende a escravidão fundada em raça, mas no contrato com o vencido na guerra, seja ele branco ou negro. Locke contribuiu para a formalização jurídica da escravidão na Província da Carolina, cuja norma constitucional dizia: "(...) todo homem livre da Carolina deve ter absoluto poder e autoridade sobre os escravos negros seja qual for a opinião e religião." Ele também investiu no tráfico de escravos negros.

Porém, ao analisar essa questão, deve-se levar em conta o período histórico em que Locke se encontrava, da mesma forma que ocorre com outros grandes filósofos, como Aristóteles, que foi o primeiro a fazer um tratado político defendendo a escravidão. Na época a escravidão era uma prática comum, isso o classificaria como um homem da época. Para muitos, este fato não diminui a enorme quantidade de ideias, revolucionárias para a época, produzidas por ele.

Também é necessário lembrar que a defesa da escravidão não está ligada à grande ideia política central, que une ele aos outros liberais clássicos: os Direitos Naturais do ser humano. Visto que a longa trajetória do liberalismo teve o exato início com John Locke, e que é notório que as ideologias evoluem com o tempo e com as gerações posteriores, está claro que o liberalismo per si não detém nenhum vínculo com a defesa da escravidão.

Local original do texto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke
Capturado no ano de 2010


 

Biografia de John Locke

Por Dilva Frazão

John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, um dos principais representante do empirismo - doutrina filosófica que afirmava que o conhecimento era determinado pela experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto interna, a partir das reflexões.

Locke se destacou especialmente por seus estudos de filosofia política e deixou grande contribuição ao desenvolvimento do liberalismo, principalmente a noção de Estado de Direito.

John Locke nasceu na aldeia de Somerset, em Wrington, Inglaterra, no dia 29 de agosto de 1632. Filho de um advogado e capitão da cavalaria parlamentar, com 14 anos ingressou na Westminster em Londres.

Em 1652, entrou para a Christ Church College, da Universidade de Oxford. Formou-se em 1656 e dois anos mais tarde fez o mestrado. Em 1660 foi nomeado professor da instituição, onde lecionou grego antigo e retórica.

Durante algum tempo, Locke estudou a filosofia racionalista de Descartes – que lhe despertou o interesse pela teoria do conhecimento. Em 1667, tornou-se secretário de Lord Ashley Cooper, chanceler da Inglaterra e futuro conde Shaftesbury, época em que desenvolveu sua teoria do liberalismo político e se interessou cada vez mais pelas discussões filosóficas e científicas.

Em 1668, John Locke tornou-se membro da Academia Científica da Sociedade Real de Londres, onde realizou diversas pesquisas. Foi amigo e colaborador do cientista Robert Boyle. Como sua especialidade era a Medicina ele manteve relações com importantes cientistas da época, entre eles, Isaac Newton. Entre 1675 e 1679 residiu na França em missão diplomática.

Ao retornar à Inglaterra, deparou-se com problemas políticos decorrentes da sucessão de Carlos II. Adversário do absolutismo monárquico da Inglaterra de Carlos II e de Jaime II, em 1683, por defender o parlamentarismo, John Locke foi obrigado a se refugiar nos Países Baixos, onde permaneceu por cinco anos.

Em 1689, depois da Revolução Gloriosa, Guilherme de Orange foi coroado como Guilherme III, tendo que aceitar a “Declaração dos Direitos” apresentada pelo Parlamento, como base do sistema de monarquia constitucional, a qual Locke ajudou a redigir.

A Filosofia de John Locke

John Locke foi um dos principais empiristas britânicos, junto com Thomas Hobbes, George Berkeley e David Hume. Sua filosofia reconhece a experiência como a única fonte válida de conhecimento.

Segundo ele, a sensação ou a experiência externa, e a reflexão ou a experiência interna, constituem duas fontes de conhecimento originando-se assim ideias simples, produto da sensação, e ideias complexas, provenientes da reflexão.

John Locke negava radicalmente que existiam ideias inatas, tese defendida por Descartes. Argumentava ele, que quando se nasce, a mente é uma página em branco que a experiência vai preenchendo. Sua teoria do conhecimento foi exposta em sua obra fundamental: “Ensaio Sobre o Conhecimento Humano”. A Teoria Política de John Locke

Como teórico político, John Locke defendeu a monarquia constitucional. Pode ser considerado um precursor da democracia liberal, uma vez que atribuiu grande importância à liberdade e à tolerância. Foi no contexto da Revolução Gloriosa Inglesa, quando Locke esteve exilado na Holanda, entre 1682 e 1688, que o filósofo desenvolveu sua teoria do liberalismo político.

Em 1690, escreveu “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”. Na obra, Locke apresentou o princípio da divisão dos três poderes que deveriam exercer a função de governo: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.

Tolerância Religiosa

Ainda durante seu exílio na Holanda, John Locke escreveu “Cartas Sobre a Tolerância”, na qual defende as ações dos cidadãos, principalmente no campo religioso, que devem ser toleradas pelo Estado, desde que cumpram as funções de defender a vida, a liberdade e a propriedade.

Locke afirmava que a reivindicação por tolerância tem como pressuposto a separação entre Estado e Igreja, ideia revolucionária para o cenário político da época.

John Locke faleceu em High Lavre, Inglaterra, no dia 28 de outubro de 1704. Seu corpo foi sepultado no cemitério da Igreja de Lavre, onde residia desde 1691.

Frases de John Locke

  • O que te preocupa, te escraviza.
  • Onde não tem lei, não tem liberdade.
  • É preciso metade do tempo para usar a outra.
  • A felicidade é uma condição da mente e não das circunstâncias.
  • Nossas ações são as melhores interpretações de nossos pensamentos.
  • A necessidade de procurar a verdadeira felicidade é o fundamento da nossa liberdade.

Última atualização (na fonte): 18/12/2019
Dilva Frazão é bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.

 

FONTE: https://www.ebiografia.com/john_locke/
Capturado em 04/11/2022


 

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