Tomáz de Aquino
Tomáz de Aquino foi um padre dominicano, filósofo, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e Doutor da Igreja, por vezes cognominado o Doctor Communis, Doctor Angelicus ou o Príncipe de Escolásticos pela Igreja Católica.
Nascimento: 28 de janeiro de 1225, Roccasecca, Itália
Falecimento: 7 de março de 1274, Abadia de Fossanova, Priverno, Itália
Educação: Universidade de Nápoles Federico II
Obras: Suma Teológica, Summa contra Gentiles
ID-0049
São Tomáz de Aquino
Filósofo e teólogo italiano. A sua obra marca uma etapa fundamental na escolástica. É ele que prossegue e conclui o trabalho de Alberto Magno. Monge dominicano ficou conhecido como o «doutor angélico». Em 1879, as suas obras foram reconhecidas como sendo a base da teologia católica. A filosofia de Tomás de Aquino é conhecida como tomismo.
Nasceu em Roccasecca, próximo de Cassino, no reino de Nápoles, a sul de Itália, na família dos condes de Aquino. Iniciou a sua educação na abadia de Montecassino. Em 1243, em Nápoles, ingressa na ordem dos dominicanos. Estuda pouco depois com o erudito alemão Alberto Magno em Paris(1243-1248) e em Colónia(1248-1252). Volta a Paris, em 1252, iniciando os seus comentários da Bíblia. Começa a ensinar nesta cidade, sendo nomeado mestre da Universidade em 1257, dois anos depois regressa à Itália. Em 1265 é encarregado de de organizar os estudos da Ordem dos Dominicanos em Roma. Em 1269 volta a Paris ocupando a sua cátedra de mestre de teologia. Em 1272 voltará ainda à Itália para ensinar na Universidade de Nápoles. Morreu em 1274 quando se dirigia ao Concílio de leão.
Obras
- Exposição sobre o Credo
- O Ente e a Essência(1248-1252)
- Compêndio de Teologia (1258-1259)
- Contra os Gentios
- Comentário às Sentenças
- Suma Teológica, etc.
Principais domínios de investigação
A obra de Tomás de Aquino é imensa, destacando-se todavia as Sumulas. Na Suma Contra os Gentios, defende a compatibilidade entre a razão e a fé. Procurou conciliar a filosofia aristotélica com os princípios do cristianismo, em oposição à tendência que predominava na época e que adoptava um cristianismo de inspiração neoplatónica. Na Suma Teológica trata da natureza de Deus, da moralidade e da missão de Jesus. Nestas e outra obras deu corpo à visão cristã do mundo que foi ensinada nas universidades até aos meados do século XVII, e nas quais se incluíam as ideias científicas de Aristóteles.
Tomás de Aquino trabalhou as obras de Aristóteles a partir de novas traduções latinas produzidas pelo dominicano Guilherme de Moerbeke (1215-1286). A influência de Aristóteles é tão notória na sua filosofia que esta é também designada como aristotelismo cristão. Para além de Aristóteles tomou como fonte inspiração os trabalhos de Santo Agostinho, Avicena, Averróis e dos neoplatónicos.
FONTE:
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fafilosofia.no.sapo.pt%2F10aquino.htm&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0mjr93LFnAQALcTfJiWNSq
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FRASES
- "O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade."
- "Tenho medo do homem de um só livro."
- "Para aqueles que tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível."
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Nascido em uma família de nobres, Tomás de Aquino fez os primeiros estudos no castelo de Monte Cassino. Em Nápoles, para onde foi em 1239, estudou artes liberais, ingressando, em seguida, na Ordem dos Dominicanos, em 1244. De Nápoles, a caminho de Paris, em companhia do Geral da ordem, foi sequestrado por seus irmãos, inconformados com seu ingresso no convento.
No ano seguinte, fiel à sua vocação religiosa, viajou a Paris, onde se tornou discípulo de Alberto Magno, acompanhando-o a Colônia. Em 1252, voltou a Paris, onde se formou em teologia e lecionou durante três anos. Depois de voltar à Itália, foi nomeado professor na cúria pontifical de Roma.
Ensina, durante anos, em várias cidades italianas. Uma década depois, retorna a Paris, onde leciona até 1273. A seguir, parte para Nápoles, onde reestrutura o ensino superior. Em 1274, convocado pelo papa Gregório 10º, viaja para participar do Concílio de Lyon. Adoece, contudo, durante a viagem, vindo a falecer no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de idade.
Chamado de Doutor Angélico e de Príncipe da Escolástica, Tomás de Aquino foi canonizado em 1323 e proclamado doutor da Igreja Católica em 1567.
PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica, sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e a teologia. Fundada na revelação, a teologia é a ciência suprema, da qual a filosofia é serva ou auxiliar. À filosofia, procedendo de acordo com a razão, cabe demonstrar a existência e a natureza de Deus.
Profundamente influenciado por Aristóteles, Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma ideia clara e distinta.
Assim, para provar a existência de Deus, o filósofo procede a posteriori, partindo não da ideia de Deus, mas dos efeitos por ele produzidos, formulando cinco argumentos, cinco vias:
1) o movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem ser movido, que é Deus;
2) há uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não causada, que é Deus;
3) todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua existência - são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus;
4) os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que é Deus;
5) a ordem do mundo implica em que os seres tendam todos para um fim, não em virtude de um acaso, mas da inteligência que os dirige; logo, há um ser inteligente que os dirige; logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e a encaminha para seu fim; esse ser inteligente é Deus.
HOMEM, ALMA E CONHECIMENTO
Para Tomás de Aquino, o homem é corpo e alma inteligente, incorpórea (ou imaterial), e se encontra, no universo, entre os anjos e os animais. Princípio vital, a alma é o ato do corpo organizado que tem a vida em potência.
Contestando o platonismo e a tese das ideias inatas, Tomás de Aquino observa que se a alma tivesse de todas as coisas um conhecimento inato, não poderia esquecê-lo, e, sendo natural que esteja unida a um corpo, não se explica porque seja o corpo a causa desse esquecimento.
Conhecer, para Tomás de Aquino, não é lembrar-se, como pretendia Platão, mas extrair, por meio do intelecto agente, a forma universal que se acha contida nos objetos sensíveis e particulares. Do conhecimento depende o apetite, ou o desejo, inclinação da alma pelo bem.
O homem, segundo Tomás de Aquino, só pode desejar o que conhece, razão pela qual há duas espécies de apetites ou desejos: os sensíveis e os intelectuais. Os primeiros, relativos aos objetos sensíveis, produzem as paixões, cuja raiz é o amor. Quanto aos segundos, produzem a vontade, apetite da alma em relação a um bem que lhe é apresentado pela inteligência como tal.
Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino diz que, para o homem, o bem supremo é a felicidade, que não consiste na riqueza, nem nas honrarias, nem no poder, em nenhum bem criado, mas na contemplação do absoluto, ou visão da essência divina, realizável somente na outra vida, e com a graça de Deus, pois excede as forças humanas.
CATEDRAL DE IDEIAS
Expressão e apogeu do mundo medieval, o tomismo é uma catedral de ideias, em que a teologia do século 13 encontrou sua formulação mais coerente e mais sólida. No entanto, nem sempre foi aceito pelos escolásticos medievais: os seguidores de Duns Scotus, por exemplo, combateram o seu intelectualismo.
Somente na segunda metade do século 16 o tomismo foi reconhecido como arma de defesa e ataque da Contra-Reforma, época em que surgiram os grandes comentaristas do sistema, entre os quais o dominicano português Johannes de Sancto Thoma (1589-1644).
Depois de uma época de esquecimento, entre os séculos 18 e 19, o tomismo renasceu sob a denominação de neotomismo, escola filosófica representada, por exemplo, pelos filósofos Étienne Gilson e Jacques Maritain.
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